Explorando o Terroir: A Alma dos Vinhos Italianos
Ao estudar ou aprender um pouco mais sobre vinhos, fatalmente nos esbarramos em alguns termos nunca escutados antes e então nos vem por exemplo: O que é terroir?
Acima de tudo o mundo do vinho é um universo fascinante, onde cada gole conta a história única de uma região, de uma cultura e do ambiente que deu origem àquela safra especial.
Esse fenômeno, portanto, conhecido como terroir, é a alma por trás da produção de vinhos, influenciando desde o sabor até a personalidade da bebida.
Vamos mergulhar eu e você, na história desse conceito e entender como ele desempenha um papel crucial na produção de vinhos, especialmente na Itália.
Terroir: Onde o termo surgiu
O que é terroir? O termo “terroir” surge na França, mas é replicado rapidamente nos países que também tem em seu DNA as boas práticas da vitivinicultura como algo digamos assim, essencial, em suma, indispensável.
A origem etimológica está relacionada analogamente com a palavra francesa “terre”, que significa “terra” em português.
Logo refere-se à interação complexa entre solo, clima, topografia e práticas agrícolas específicas de uma região, em outras palavras, transcende a mera geografia, abraçando as nuances que tornam cada região vitivinícola única.
O conceito surge quase que naturalmente ao passo que os produtores começam a perceber que vinhos cultivados em diferentes terroirs acabam possuindo características distintas, mesmo quando utilizadas as mesmas práticas e as mesmas uvas.
A Itália e o terroir
Na Itália, duas regiões exemplificam de maneira marcante a influência do terroir: Langhe para o vinho Barolo e Rùfina para o Chianti.
O grande Barolo é originário da região de Piemonte, no noroeste da Itália, mais especificamente, produzido nas colinas da área de Langhe, que está localizada dentro da província de Cuneo.
A comune de Barolo é o epicentro da produção deste vinho italiano clássico, que é elaborado com a uva Nebbiolo. A região de Barolo, portanto, é conhecida por seu terroir único, de clima favorável e tradição na produção de vinhos tintos robustos e complexos.
Já o Chianti Rufina, situado na região da Toscana, destaca-se pelos seus vinhos tintos elegantes, predominantemente elaborados com uva Sangiovese.
O terroir de Rùfina é contudo, bastante marcado pelos solos argilosos e calcários, que dão ao solo um aspecto de terra vermelha. Aqui o solos são também aliados a uma altitude considerável.
Isso resulta em vinhos vibrantes, com acidez refrescante, em outras palavras, equilibrados, ricos em notas de frutas vermelhas quando Chianti.
Artista natural e artista que põe suas mãos. Assim é o Terroir e o enólogo
A importância do terroir na produção de vinhos não pode ser subestimada. Tampouco a do enólogo.
Assim como o enólogo molda artisticamente o vinho, o terroir também exerce sua influência artística, ambos desempenhando papéis essenciais na criação de vinhos distintos e memoráveis.
É ele, portanto, o terroir que confere identidade e autenticidade, permitindo que produtores expressem as características únicas de sua região. Além disso, a compreensão do terroir orienta práticas vitícolas, como escolha de castas e técnicas de vinificação, para maximizar o potencial do local.
E finalmente, o terroir é o elo entre a terra e a taça. Cada gole de Barolo ou de Chianti Rufina é uma jornada sensorial, transportando-nos para as colinas italianas, onde a terra fala através do próprio vinho.
Ao apreciar essas maravilhas, lembramos que os Vinhos Conectam Pessoas e assim celebramos não apenas a arte da vinificação, mas também a riqueza e diversidade das regiões, e das pessoas, que dão vida a essas obras-primas.
Gostou de aprender um pouco mais sobre termos importantes do mundo dos vinhos? Então continue acompanhando as nossas postagens.
Arrivederci,
Vanda Meneguci – Sommelière Italiamais